May 09, 2016
CENÁRIO ESPECULATIVO – CONTRIBUTO PARA UMA FICÇÃO DO DESIGN INDUSTRIAL PORTUGUÊS
SINOPSE
Através das características da comunidade, não muito diferentes das de hoje, dos avanços da tecnologia, e da crescente necessidade de «consumir», a sociedade viu-se obrigada, ao estilo do episódio S01E02 da série Black Mirror - onde num futuro high-tech o protagonista, apenas mais um entre milhões de indivíduos, habita quatro paredes tecnológicas – a viver isolada como meio de «tratamento choque» face ao consumismo desenfreado e aos excessos desnecessários, cada vez mais presentes na vida cotidiana.
Em 2030, numa altura em que a sociedade atingiu o seu «pico» de consumismo, a marca Branca – Lisboa, do designer Marco Sousa Santos sentirá necessidade de adaptar os seus produtos às características e desejos dos seus consumidores, uma vez que o país é «invadido» por um crescente tecnológico abundante, acompanhado por um declínio financeiro por parte do mercado e por sua vez dos consumidores.
Atualmente, a marca Branca presa bastante o rigor nos seus produtos, fazendo jus aos materiais e processos utilizados na sua conceção, tornando as peças autênticas, qualidades essas que num futuro especulativo não seriam alteradas.
A marca criará então uma vasta linha de mobiliário destinada a qualquer tipo de consumidor, caracterizada pela possibilidade de alteração de escala, permitindo assim, através de uma interação «física» com o objeto, a sua aplicação dependendo do desejo do utilizador de o acomodar em diferentes espaços, com diversos tamanhos.
POSSIBILIDADES
A linha de mobiliário da marca Branca – Lisboa, com lançamento a par do designer Marco Sousa Santos previsto para 2030, faz parte da realidade cotidiana presente em todo o mundo. Com este novo estratagema, a empresa tenciona tornar-se mais atrativa e presente no mercado. Tem como base tecnológica um sistema, simplificado em forma de botão, que permite ao utilizador, através de uma escala gerir as dimensões do produto desejadas e a seu pleno gosto, possibilitando também uma eventual adaptação do objeto ao espaço ao qual é destinado.
Este sistema possui um enorme potencial para o seu utilizador, como ainda tem espaço para um ampla e vasta exploração, permitindo a alteração do produto com um simples «clique», acabando por oferecer a possibilidade ao utilizador de escolher todas as escalas.
A mudança de escala do produto é bastante simples e intuitiva, sendo apenas necessários dois botões, um para ampliar e outro para reduzir.
Este produto, pela multiplicidade de opções que permite ao consumidor, tornar-se-á intemporal, diminuirá com a necessidade e desejo de posse e ajudará também a nível ecológico, visto ser possível o prolongamento do fim de vida do objeto, tornando esse prazo bastante ampliado. Isto acabará por formatar a sociedade a um novo estilo de vida, menos consumista.
A utilização desta tecnologia será uma solução para acabar com o excesso de objetos dados como imprescindíveis num certo espaço, continuando a satisfazer as necessidades do utilizador, oferecendo-lhe uma vasta e generosa variedade de opções.
A compra será realizada tanto através da app da marca Branca – Lisboa, no site oficial bem como na sua loja física. É importante referir após a compra, a marca garante total seguro em eventual avaria do sistema do produto.
REFLEXÃO
A marca Branca – Lisboa em 2030, continuará e crescerá como um exemplo de sucesso a nível de design, a nível de tecnologia, bem como nas estratégias escolhidas e utilizadas para se diferenciar da forte concorrência dos mercados em promover os seus produtos.
Partindo da base ideológica da criação de produtos intemporais e de investimento na inovação na área do design e também da tecnologia, a empresa aposta neste sistema, como maneira de conseguir criar um circuito mais abrangente de consumidores e utilizadores, tornando estas peças interativas e inovadoras, permitindo ao utilizador o livre arbítrio quanto às dimensões e escala, não restringindo assim qualquer fator quanto a esses parâmetros, aumentando substancialmente as vendas da empresa.
Esta ideia surge como uma resposta à necessidade urgente de diminuição de consumismo na sociedade, bem como uma resposta eficiente às suas constantes carências e desejos. Sendo esta linha também uma resposta à aglomeração de objetos num só espaço e à possível modificação e transformação de todo um ambiente, acabará por se tornar bastante importante pois facilitará todo o processo de mudança, quer de habitação, quer de espaço, visto num futuro que para nós o sedentarismo é algo que está longe do nosso dia-a-dia, e onde somos obrigados, por questões profissionais, entre muitas outras, a alterar constantemente de localização.
DESCRIÇÃO TÉCNICA
A linha de mobiliário lançada pela marca Branca-Lisboa é constituída por um conjunto composto pelos mais variados produtos tais como cadeiras, mesas, candeeiros, sofás, aparadores, entre outros, que podem ser adquiridos individualmente consoante as necessidades do consumidor.
O sistema é bastante acessível e fácil de utilizar, sendo composto por dois botões: o botão do mais (+) – que como o símbolo indica, amplia a escala – e o botão do menos (-) – que diminui a escala – pretendida pelo utilizador. Todos os produtos conterão esse sistema, sendo que caberá ao consumidor a livre escolha de utilizá-lo.
May 04, 2016
Episódio 8
Neste oitavo episódio de DESIGN PT, está em foco a obra vasta e diversa que cobre o design de interiores, design gráfico, design expositivo e o desenho de equipamentos e utensílios, do designer Eduardo Afonso Dias, que criou em mais de 50 anos de trabalho, mais de 500 objetos de 50 coleções de design, objetos esses que fazem parte do nosso dia-a-dia.
A título de exemplo está o conjunto de cutelaria Gume produzido pela ICEL, Prémio Nacional de Design, vendido durante certa de 3 anos, na década de 70, pelas lojas IKEA.
Através de uma entrevista feita ao designer, ficamos a conhecer o seu ponto de vista em relação aos «fundadores» do design, sendo que refere Daciano da Costa como o «mestre dos mestres». É apresentado um conjunto de obras de Eduardo Afonso Dias, tais como: Maple e Sofá Ritz, 1989; Toucador Tróia, 73/74; Cadeirão Tróia, 73/74.
Entre outros destaques deste DESIGN PT, no design de comunicação, está a obra de António Queirós, nomeadamente a sua intervenção na sinalética para algumas das mais importantes obras de arquitetura de Eduardo Souto de Moura, entre elas o Estádio de Braga, 2004, sendo a sua obra de maior escala. Através da entrevista feita ao programa, revela uma breve explicação sobre a forma como chegou ao produto final.
Outros exemplos são apresentados, tais como o projeto de sinalização criado em parceria mais uma vez com o designer Eduardo Souto de Moura, na Casa Das Histórias Paula Rego, 2010, e em França, para a L’Abbaye du Thoronet, 2012, no Museu dos Coches, 2010 e ainda no Hotel Terra Nostra nos Açores, 2013.
O caso de Miguel Arruda é particularmente interessante quando se fala de design, já que a passagem da escultura para a arquitetura, cujo curso acabou muito mais tarde, foi mediada pela prática do design que ocupou e continua a ocupar espaço importante no seu trabalho criativo. Algumas das suas obras mais emblemáticas foram realizadas em cortiça, pinho e ganga logo a seguir à revolução de Abril, propondo mobiliário justo para uma sociedade em transformação.
Algumas das suas peças, que nutro particular gosto, são apresentadas e explicadas pelo designer, entre elas está o Banco Amarração, 2013; Protótipo de Sofá, 2010; Protótipo de Banco, 2013; Cadeiras Spherical, 2013 e ainda Candeeiro Lamp Nomadi, 2013.
A fascinação dos designers pela ciência é hoje recíproca. É sobretudo das experiências com os biólogos que criaram uma nova forma de design orgânico: Bio Design. Susana Soares tem 40 anos, nasceu em Lisboa e é atualmente professora na Universidade South Bank no Departamento de Engenharia e Design. Os seus projetos envolvem o desenvolvimento de perspetivas colaborativas entre design e a pesquisa científica emergente.
Por fim apresentam também, pessoalmente uma curiosidade, onde afirmam que o filme «Cinquenta Sombras de Grey» conta no seu cenário com cerca de trinta peças de marcas de mobiliário português desenhadas e produzidas no norte do país pelo grupo MENINA DESIGN, que tem procurado desde 2005 desafiar a indústria, a tradição e a identidade do design português a partir do conselho de Gondomar.
Fica, mais uma vez a necessidade de encontrar um fio condutor, que ligue os vários temas do programa.
April 26, 2016
FORM WILL FOLLOW FOQUISMO! by Max Borka
«The only good design will be bad design (…)», é desta forma que começa o livro FORM WILL FOLLOW FOQUISMO!, de Max Borka. Esta frase traduz bem o pensamento que corre ao longo do texto, uma necessidade de repensar o design, uma vez que é caracterizado de bom design por uma sociedade consumista, capitalista e materialista e ainda por uma indústria corporativa: «(…) slick, glamorous, luxurious, or simply pratical, good-looking and highly sedutive, but also lethal and perilous (…)».
Tal como em «Especulative Everything» de Anthony Dunne e Fiona Raby, o autor tenta passar a mensagem de que o design não deve passar apenas pela resolução de problemas e a simples criação de objetos como algo materialista, mas sim investir nas ideias, e no pensamento com um objetivo a longo prazo.
Max aponta o mercado e o setor empresarial como influenciador de um design de hoje mais popular e poderoso do que nunca. É um setor em constante expansão e globalização, que acabou por tornar o design como um termo genérico, como ferramenta que define a nossa existência em cada aspeto – seja na forma dos objetos, ideias, estratégias e estruturas, terminando com uma frase com o qual concordo perfeitamente, como que um padrão do que é o design nos dias de hoje: «sell whatever to whoever in whatever way», não há como escapar a uma sociedade em que tudo – corpo, comida, dinheiro, paisagens, entretenimento e comunicação – está sujeito às leis do consumismo, sendo que «the artificial is the only natural environment left».
Outro dos assuntos que Max Borka foca, é o facto de cada vez mais existir uma divisão da humanidade, entre aqueles que têm acesso a tudo e mais alguma coisa, dizendo o mesmo que têm acesso à «black box» e aqueles que não o têm/fazem. Esta lógica de mudança permanente, segundo o autor, tem de garantir um retorno rápido e regular do investimento feito. Isto vai, inevitavelmente resultar em excessos de produção, obsolescência programa de produtos e num mercado que está saturado.
Quer se trate de consumidores ou materiais, toda a indústria do design libertará a «watch-word», em vez de resolver problemas, o «novo» design será uma sensibilização, sabendo que até a mais simples pergunta se poderá tornar num projeto, e que uma grande parte do prazer virá do simples facto de que o resultado vai ser sempre algo desconhecido.
O design do «futuro» deixará de aceitar ser reduzido a um mero objeto industrial, sistema ou processo, como deixará de aceitar ser tratado apenas como um consumidor ou utilizador. Para isso segundo Max, terá de descer ao «zero degree»: «(…) in which things haven’t been manifeste dor drawn, to develop a new alphabet with which we can question our system of values, reconsider how shapes are formed, and develop a science and praxis that focus on living and the habitar in general (…)».
Para o autor, um dos principais desafios deste design do «futuro» será o desenvolvimento de novas formas de trabalhar em conjunto, independentemente da indústria e do pensamento corporativo existente. Vai quebrar o «código» que impede os designers de comentar aspetos sombrios e perturbadores da vida. Vai enfrentar designers com a sua política social e responsabilidades ambientais. Vai ter preferência por materiais fracos, frágeis, altamente incomuns, descartados, ou que simplesmente ninguém havia pensado. Vai revelar o «Naked Object», reduzido à sua essência, desprovido de «camuflagem» e decoração supérflua.
Pessoalmente, uma chamada de atenção é a conclusão que retiro ao ler este texto de Max Borka, um gritante apelo às consequências que o design de hoje tem no mundo e na sociedade e de que forma conseguimos transformá-lo em algo benéfico, no entanto consciente e sem dúvida menos materialista.
April 26, 2016
Episódio 7
Neste sétimo programa de Design PT, somos agradavelmente chamados a «conhecer» a famosa Casa de Serralves, o mais notável exemplo de um edifício de Art Déco em Portugal, sendo que este remonta aos anos 30 do século XX.
Em 1925, o segundo Conde de Vizela, Carlos Alberto Cabral, herdou uma casa com capela e jardins em Serralves. A Casa teve a intervenção de nomes significativos da época como José Marques da Silva, Charles Siclis, Jacques Émile Ruhlmann, René Lalique e Edgar Brandt, tendo sido classificada em 2012 como Monumento Nacional.
O arquiteto, ex-curador do departamento de arquitetura contemporânea no MOMA e atualmente diretor do MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia é o convidado para aprofundar o tema lançado à volta desta Casa de Serralves. Ao ser questionado se seria possível nos dias de hoje, construir uma obra onde existisse uma colaboração próxima entre arquitetos e designers como no caso da Casa, este afirma que o design é multidisciplinar, usando várias valências, concentrando-se na chamada «obra de arte total».
Fala da necessidade de sensibilização sobre a importância da qualidade e preservação dos lugares e objetos que fazem parte dos ambientes da nossa história de design de interiores, como ocorreu na exposição «100 anos de arquitetura e design de interiores em Portugal», organizada no MUDE em 2013.
Eugénia Cunha, uma das pioneiras da introdução de materiais pobres e não nobres na joalharia, foi uma das designers convidadas pela Loja de Serralves, para criar produtos inspirados na Casa e no Parque de Serralves, numa junção de vários domínios, joalharia e moda, aos quais é comum uma associação com o movimento Art Déco.
Da Casa de Serralves, passamos diretamente para o Restaurante Italiano «CasaNostra», aberto em 1986 no Bairro Alto em Lisboa. A proprietária Maria Paola Porru desafiou os arquitetos Manuel Graça Dias e Ega José Vieira a projetarem os interiores deste emblemático espaço em Portugal. Um dos arquitetos do projeto, Manuel Graça Dias, faz-nos um breve resumo de como todo aquele espaço surgiu.
A cadeira apresentada neste programa, apesar de apresentada sem nome e sem qualquer tipo de informação associada é a cadeira Reitor de 1994, do designer Fernando Távora.
Como o estilo Art Déco foi um dos temas fulcrais neste programa, termina com o design das embalagens e dos produtos da ACH Brito, empresa de Vila do Conde, que soube recriar os desenhos guardados nos seus cofres desde 1887. É mostrada uma pequena apresentação dos seus produtos.
Penso que neste episódio, a apresentação dos conteúdos já foi mais coerente comparativamente com os anteriores. A escolha de um tema é bastante importante, e o desenrolar em volta desse mesmo tema, é um ponto de partida para todo o programa ter uma linha clara e concisa de pensamento, não levando assim à desatenção do telespetador.
April 26, 2016
ANTHONY DUNNE E FIONA RABY – “SPECULATIVE EVERYTHING”
Design Especulativo é o tema central deste livro «Speculative Everything», de Anthony Dunne e Fiona Raby. Ao longo de nove capítulos, estes vão apresentando bem como propondo de uma forma bastante concisa, um tipo de design usado como ferramenta para criar não apenas coisas, mas ideias, apresentando os mais variados exemplos, e citando os seus próprios projetos, bem como de outros design tanto de arte, como de design, arquitetura, cinema e fotografia, levando-nos a refletir sobre as inúmeras vertentes que o design pode e deve ter, e a ainda a capacidade de se adaptar, tantos às pessoas como às situações no qual é inserido.
Para Anthony Dunne e Fiona Raby, o design é apenas um meio de especular sobre como as coisas poderiam ser, imaginando possíveis futuros.
Quando se pensa em design, este é automaticamente assumido como algo que faz «coisas bonitas» e apenas se foca em resolver problemas, não sendo apenas um pensamento da população em geral, mas como de muitos designers, acabando por limitar e impedir que se envolvam inteiramente em projetar para as complexidades da natureza humana.
São apresentadas várias teorias ao longo do livro, «diagnosis and critique (…), theory of alternatives (…), theory of transformation (…)» – in Envisioning Real Utopias, Erik Olin Wright, a meu ver direcionadas a abrir o debate e ainda a levar o leitor a questionar-se sobre as ideias que surgem e ainda assim explorar as consequências humanas, umas vez que são aplicadas numa grande escala no nosso dia-a-dia, proporcionando assim o pensamento e reflexão sobre como o design pode inspirar e provocar o ser humano, de modo a torná-lo mais ativo e no entanto mais favorável na sociedade e no mundo onde se inserem.
Através de temas como a futurologia, teoria politica, filosofia da tecnologia, ficção literária e ainda ciência, e graças à abundância de exemplos, tais como a ideia de uma cozinha «movida» a energia solar para um restaurante, como um relógio desdobrável, uma máquina de menstruação e ainda dispositivos para procurar alimentos, Dunne e Raby afirmam que ao especularmos sobre «tudo», a realidade vai tornar-se mais maleável, sendo que as ideias que surgem através da conceção especulativa, aumentam as oportunidades de obtenção de futuros desejáveis.
Então para que serve o Design Especulativo? A meu ver, leva-nos a olhar o design como algo não funcional, mas como uma ferramenta de exploração e experimentação, a um «abrir» da mente, com mais ou com menos sentido critico, e entender o que falta ou não, o que se deve ou não fazer, o que é possível criar ou o que permanece apenas no nosso imaginário.
Com o evoluir do mundo e da maneira de pensar do humano, e visto que vivemos numa realidade onde é importante e necessário a critica e a troca de opiniões e ideologias, é notável a mudança do papel do designer, a sua opinião passa a ser fundamental na critica e especulação.
April 20, 2016
DESIGN INDUSTRIAL PORTUGUÊS NO «MUNDO» - SHELL CHAIR por MARCO SOUSA SANTOS
No âmbito da unidade curricular de Seminário, foi efetuada primeiramente uma seleção de três produtos de Design Industrial Português, desenhados por designers portugueses ou estrangeiros, mas obrigatoriamente produzidos por empresas nacionais e à venda no mercado nacional ou internacional. Posto isto, foram criados grupos de dois alunos, que de alguma maneira tivessem interesses em comum nas peças anteriormente selecionadas.
A Shell Chair, foi escolhida tendo, não só em conta o interesse comum por peças e projetos do designer Marco Sousa Santos, como também pela necessidade de analisar, perceber e compreender ao pormenor e na sua totalidade a forma de como este objeto existe no Mundo, elaborando para isso uma densa investigação sobre a marca / empresa e toda a vida da peça, de forma a perceber o que acontece antes e depois do produto ser adquirido e utilizado.
Shell Chair, foi desenhada pelo designer Marco Sousa Santos, é fabricada pela marca Branca – Lisboa e produzida em colaboração com a Marcenaria Castro, uma pequena fábrica de carpintaria localizada em Sintra.
Esta cadeira, inspirada na forma orgânica de uma concha, foi desenhada para o projeto Workstation na Experimentadesign 2009, sendo que foi a peça que mais visibilidade ganhou na coleção completa da marca Branca – Lisboa e que posteriormente foi eleita pela revista Frame como uma das peças entre 59 ícones de design contemporâneo.
A Shell é composta pela cadeira e mais quatro almofadas (que estão disponíveis em algodão ou em pele), e que permitem a cada utilizador preencher a sua própria cadeira com almofadas de diferentes densidades, o que se torna num aspeto positivo do ponto de vista funcional, já que o utilizador pode compor a sua própria cadeira de acordo com a sua estatura e consoante a preferência de posicionamento.
Por outro lado, o facto de a cadeira oferecer a possibilidade da escolha entre dois materiais distintos para as almofadas, se torna um fator importante para a relação entre a Shell e o utilizador, tornando a identidade da peça mais legível relativamente ao cliente.
Tecnicamente, a Shell Chair é construída em madeira de bétula finlandesa de contraplacado altamente resistente e foi, em conjunto com o resto da coleção de cadeiras a que a Shell pertence, digitalmente cortada através da perfuração CNC e montada à mão por carpinteiros tradicionais, promovendo e mostrando a qualidade do artesanato nacional a par do design português.
Esta cadeira, com as dimensões 700 x 780 x 700 (LxPxA), pode ser adquirida tanto em Portugal como no estrangeiro, tendo um custo de 1770 euros + iva (almofadas em algodão) ou 1990 + iva (almofadas em pele).
É importante referir que pode ser comprada diretamente com a marca Branca – Lisboa (no site oficial ou noshowroom da empresa), ou em vários sites ou lojas online e fisícas, e também através dos pontos de venda da marca – em Espanha, França, Alemanha, Suiça, Holanda, Áustria, Austrália, Estados Unidos, Porto Rico, Coreia do Sul e Brasil.
Contudo, apesar de ser produzida em Portugal, a procura de compra da peça é mais abundante no estrangeiro, tornando-se assim, num fator negativo quer a nível dos custos de transporte e consequentemente a nível ambiental, devido a emissões de fumos poluidores.
A Branca – Lisboa foi criada em 2010 pelo próprio designer Marco Sousa Santos e é uma das marcas nacionais mais promissoras da atualidade. Esta empresa distingue-se pela união entre a tradição artesanal portuguesa e uma estética moderna e contemporânea e, por outro lado, é também importante referir que tem estado presente em várias feiras, como na Messe Frankfurt, Stockholm Furniture Fair, Maison & Objet, Tent London, ICFF - High End Luxury Furniture Fair, surgindo assim variadíssimas oportunidades para divulgar quer a cadeira Shell, como todo o resto da coleção da empresa.
Marco Sousa Santos nasceu em 1962 e licenciou-se em Design de Produto pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa em 1991, onde atualmente é professor.
Entre 2002 e 2005 foi professor convidado na ECAL (Lausanne) e ESAD (Estrasburgo), e dirigiu o programa de Design Innovas’s Search’in (Feira Internacional de Lisboa) em 2003 e 2004.
Foi também cofundador e codiretor artístico na Experimentadesign entre 1998 e 2000, sendo que em 2002 fundou o seu próprio atelier, tendo a partir daí começado a colaborar com variadíssimas marcas nacionais e internacionais, nomeadamente a Atlantis, Vista Alegre, Sony, Renault, ProtoDesign, etc.
Paralelamente ao seu trabalho como professor nas Belas Artes de Lisboa, e com a sua colaboração para grandes marcas internacionais, o designer Sousa Santos, tem-se dedicado também a projetos mais ligados à marca Branca – Lisboa, sendo a Shell Chair uma das peças mais reconhecidas no catálogo da marca, assumindo o “papel de bandeira” da mesma.
Por motivos de sigilo profissional, e após vários contactos com a Branca, a mesma não divulgou alguns aspetos de carácter mais técnico sobre a peça – tal como o número de vendas, escala de produção, o custo médio de produção, a estratégia de vendas da empresa, indicadores de sustentabilidade, etc.
Para o sucesso deste trabalho, não só foi importante fazer uma densa e alargada pesquisa sobre a cadeira, a marca Branca – Lisboa e o designer Marco Sousa Santos, como também foi estritamente essencial e necessário estabelecer contactos com a empresa e o designer, em prol de obtenção de respostas e compreensão de alguns aspetos muito “íntimos” e particulares da peça em questão.
Contudo, apesar das constantes tentativas de contacto com o designer e a empresa, não foi fácil nem propriamente acessível a obtenção de todas as informações necessárias para o êxito total desta investigação, pelo que o resultado não é propriamente o desejado.
Na falta de respostas por parte do designer, foi também tentado simultaneamente estabelecer contacto com a Marcenaria Castro, a empresa que produz a cadeira Shell, de modo a tentar perceber questões mais técnicas da parte da produção, mas por motivos de confidencialidade e devido a uma política de proteção de direitos industrial e intelectual, não foi possível qualquer recolha de informações por parte dos mesmos.
No entanto, devido à escassez de respostas foi tentado absorver a maior informação disponível online, em livros e revistas, quer sobre a Shell Chair, quer sobre o designer e a empresa Branca, e ainda sobre o processo e método criativo para a obtenção final do produto.
Posto isto, dos demais destaca-se principalmente uma entrevista dada pelo designer Marco ao jornal Público, postada online em Julho de 2014, no qual não só refere que os nomes das suas peças “aparecem-lhe por acaso”, como também defende que o processo criativo é um processo sobretudo intuitivo, explicando que “Desenho muito, mas às vezes só um basta”, lembrando que foi o que aconteceu com a cadeira Shell.
Por outro lado, achámos necessário a realização de um questionário online através da ferramenta Google Docs, direcionado a um público generalizado, com o intuito de perceber se conheciam o designer Marco Sousa Santos bem como a peça em questão; onde tomaram conhecimento da sua existência e se alguma vez tiveram oportunidade de a utilizar; se gostariam de a adquirir e porquê; e o porquê da escolha da cadeira Shell e não outra, de modo a compreender, em parte, qual o seu destaque no mercado para eventuais compradores.
Com isto, obtivemos uma amostragem de cerca de 50 pessoas, das quais maioritariamente têm idade compreendida entre os 18 e 30 anos, do sexo feminino e licenciados (embora muitos também do ensino secundário). Concluímos que a maioria tem conhecimento do designer e da peça, conhecimento esse obtido através da internet (plataformas como o Pinterest, Facebook, site oficial da marca Branca – Lisboa e do designer Marco), exposições (como a exposição “Como se pronuncia Design em Português?, MUDE, 2014 / 2015), na inauguração da empresa Branca – Lisboa, bem como na Experimentadesign 2009, e através do programa da RTP 2 – DESIGN PT, episódio nº 3 do dia 19 de Março de 2016 -, revistas de design / decoração, catálogos, aulas, etc.
No entanto, dos resultados da amostragem, foi possível verificar que 90% nunca se sentou na cadeira, sendo que os restantes 10% tiveram contacto com a peça apenas na loja da Branca. Apesar de ninguém dos inquiridos ter em sua posse a Shell Chair, concluímos que cerca de 56% gostariam efetivamente de obter a cadeira, justificando-se pela sua estética, aparência, elegância, design “curioso” e diferente – sendo também por estes aspetos que os inquiridos gostariam de ter a Shell e não outra cadeira qualquer.
POR: Mariana Ribeiro Pereira e Sofia Pereira
April 13, 2016
Episódio 6
Em foco neste sexto episódio de Design PT está o arquiteto Sena da Silva, um dos primeiros e mais importantes designers portugueses da segunda metade do século XX tendo contribuído decisivamente para "tirar as aspas ao design".
Designer, arquiteto, artista plástico, fotógrafo, cronista, pedagogo e empresário, conhecido autor de importante obra escrita bem como de uma obra multifacetada, destaca-se pela sua paixão pelo design de marcas, de exposições, de mobiliário escolar, de cartazes, pavilhões efémeros, da Isetta e da sua paixão pela arquitetura assim como pela pedagogia.
O convidado deste programa é o ex-aluno e designer Henrique Cayatte, que se cruzou com Sena da Silva na Escola Superior de Belas Artes em Lisboa, relembrando alguns dos momentos mais importante da obra do mesmo tais como o Protótipo para Móveis Olaio e a participação na Pintura Mural ainda hoje presente no Hotel Mundial em Lisboa.
Através do Design de Comunicação, é destacada a obra de Luís Miguel Castro, a revista K, dirigida por Miguel Esteves Cardoso e tendo a cargo do design gráfico Luís Miguel Castro juntamente com João Botelho, sendo uma das mais marcantes revistas portuguesas que influenciou toda uma geração de designers e artistas visuais nos anos 90.
No fim dos anos 70, foi capista da Arco-Iris, cadernos de ideias literárias e ainda assistente de João Botelho em capas para Afrontamento e Regra do Jogo de José Leal Loureiro. Em 1986 inicia a sua colaboração com a Cinemateca Portuguesa revolucionando a sua política editorial durante mais de uma década.
É apresentado de seguida o Estúdio Pedrita, que tem como mentores desde 2005, Rita João e Pedro Ferreira. Para celebrar 10 anos de atividade de estúdio, criaram na galeria Underdogs, painéis de azulejos frutos de uma herança familiar e reutilizados de modo sustentável. O programa mostro ainda alguns projetos tais como Mail me (2004), Dedo (2004), Albert (2005) e ainda Eikon (2007) entre outros.
Dono de uma obra de modernidade alegre, assim se podia caracterizar o vasto percurso de Paulo Guilherme. Arquiteto, cineasta, escritor, pintor, ilustrador, designer de livros, de interiores, selos, de moedas, dono e decorados de clubes noturnos como é o caso do Snob no Príncipe Real são muitas das qualidades deste senhor. Através do crítico de design Mário Moura viajamos por uma obra singular deixada por Paulo Guilherme.
Para terminal o programa é recuperado do arquivo da RTP a passagem do programa a «A Qualidade da Vida» de 1980 da autoria de Sena da Silva, um magazine cultural que se quer com perspectiva moderna e inovadora bem como, a nível técnico, com forte inovação estética sobre a temática do Design, nas suas várias vertentes, e exclusivamente dedicado à criatividade "made in Portugal".
Mais uma vez, o programa tende a «saltitar» de tema, misturando os vários temas, tornando-o confuso e por vezes sem nexo.
April 12, 2016
Episódio 5
Neste episódio de Design PT, Daciano da Costa é o designer destacado. Referência em Portugal e autor de uma vasta obra de design de interiores e de equipamento, é considerado um dos pais do Design Português. Já produziu para diversos espaços representativos do nosso país, tais como o Casino Estoril, o CCB – Centro Cultural de Belém, a Fundação Calouste Gulbenkian, entre outros.
É a partir da Fundação Calouste Gulbenkian que o programa focaliza. O convidado para falar de Daciano da Costa é o arquiteto João Paulo Martins, onde nos leva a um pequeno roteiro pelo mobiliário e os espaços projetados pelo designer. Ajuda-nos a entender a preocupação de Daciano em criar peças intemporais e dando sempre bastante importância ao pormenor.
O Estúdio Dobra, um estúdio dedicado ao Design Gráfico, fundado em 2014 por ex-alunos de Design na ESAD de Matosinhos e também músicos, André Cruz e João Guedes. O seu trabalho gira muito em volta da área da música, gosto que os nutre particularmente, assinando trabalhos como os cartazes de programação para a Casa da Música, o festival do Porto e ainda Festival Primavera Sound, entre outros.
Para nos falar de Design de Moda está Luis Buchinho, um dos mais conceituados designers de Moda em Portugal. Conta com uma carreira já com 25 anos e de sucesso, participando na 1ª Moda Lisboa como jovem talento. Através dos arquivos da RTP2 são apresentados/relembrados os mais variados desfiles produzidos pelo designer, das mais antigas coleções às mais recentes.
A marca de Luis Buchinho, atualmente vende nos mais variados países, entre eles na China, Japão, Estados Unidos, entre outros.
Para concluir o episódio, é apresentada como que uma recordação de um dos programas mais inovadores esteticamente do início dos anos 90, o programa Popoff. Através de uma fusão intensa de imagens, cores e músicas, este programa foi um marco na história do Rock Português, não sendo para mim uma compilação feliz e interessante.
Penso que o programa continua com exatamente os mesmo problemas e criticas feitas aos episódios anteriores. Continuando confusões, com um péssimo grafismo e informação excessiva, sendo pouco fundamentada e muitas vezes desenquadrada.
April 05, 2016
HELLO WORLD
Hello World é um livro de Alice Rawsthorn que explora o design, levando-nos a pensar nele como um todo, abordando vários temas, assim como questões discutíveis relacionadas à identidade do design, fornecendo exemplos da importância, de como e com que propósito este foi utilizado por diferentes pessoas em diferentes áreas profissionais e em momentos variados da história e a maneira como este é percecionado pelo mundo.
É uma ferramenta e um ponto de partida que incita à reflexão, despertando a atenção para temas como a identidade corporativa, a sustentabilidade e “os outros 90%”.
A primeira questão prende-se ao conceito de design, algo que pensamos ser indiscutível e fechado, algo que encontramos como valorização associada a um objeto e consequentemente ao seu valor comercial. O design está muito para além do «styling», preocupa-se em unir a forma e a função do objeto e na forma como este se relaciona com o utilizador, acabando por ser assim, um processo que tem como principal fim a solução e otimização de problemas.
Um dos primeiros exemplos enquadra o Imperador da China, Ying Zheng, ao ter redesenhado as armas do seu exército, livre de preocupações com as questões estéticas mas sim com o que seria possível melhorar, para assim obter uma maior eficácia no campo de batalha.
Contudo, os exemplos de «mau design» são muitos, em que Alice destaca o exemplo das eleições presidenciais dos EUA, em 2000, onde o «mau design» dos boletins de votos interferiram diretamente com a sociedade, conduzindo à guerra no Iraque e Afeganistão e posteriormente à crise financeira, mas ainda assim, o «bom design» é um motor que faz a diferença no nosso dia-a-dia, sendo que de uma forma bastante discreta. Para ser denominado de «bom design», deveria combinar diferentes qualidades tais como a função e a integridade, a consciência das consequências, entre outras, citando agora Emily Pilloton: «O design é a resolução de problemas (…) eu acredito que há sempre uma maneira melhor, (…) é um instinto humano, que as pessoas são inerentemente otimistas, (…) e que todos os problemas podem ser definidos ou resolvidos com uma solução de design.».
Ao mesmo tempo, sinto que o design deveria ser descomplicado, visto ter como fim a resolução de problemas e não a complicação dos mesmos, como terá dito Dieter Rams num dos seus 10 mandamentos: «o bom design é menos design possível».
Gosto de pensar que os designers são como que motores para o desenvolvimento da sociedade e até do mundo, quer influencie positiva ou negativamente. É algo que permite desenvolver a crítica, o pensamento entre muitas outras qualidades. Não deixa de ser um motivo para a evolução social e económica, tentando pôr de parte os maus exemplos e assim apurar o sentido critico do comprador/utilizador.
É sobretudo um livro que nos ajuda a compreender o design numa versão global.
Alice Rawsthorn, através do desafio lançado por Paul Polak, refere que 90% da população (uma percentagem bastante elevada a meu ver) sofre de carência, não tendo dinheiro para produtos ou serviços básicos, sendo que apenas a minoria de 10% é que é capaz de adquirir e por sua vez utilizar os produtos muitas vezes desenhados pelos designers. Esta é uma reflexão importante, será que o «uso» inteligente e sensato do design, poderá melhorar não só a vida de 10% mas também futuramente a vida dos outros 90%?
É um livro que nos leva a perceber a real importância do design e como o mesmo afecta e influencia a vida da sociedade, bem ou mal, direta ou indiretamente. Leva-nos à conclusão de que é mais que um esboço transformado em realidade.
Termino com uma citação do designer Victor Papanek que para mim é um resumir de todo o livro: «The only importante thing about design is how it relates to people.».
April 03, 2016
Episódio 4
Neste quarto episódio de Design PT, é primeiramente apresentado o grande visionário Rafael Bordalo Pinheiro, com uma importante obra na ilustração e no cartoon político e na cerâmica, onde criou há mais de 100 anos peças que até hoje continuam a circular pelo mundo inteiro. Fundou a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha em 1884, sendo que em 1908, prosseguindo o trabalho do pai, Manuel Gustavo funda a Fábrica de San Raphael, mudando de designação para Fábrica de Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro em 1992.
Destacam o designer e professor na Escola Superior de Artes e Design, Fernando Brízio, com reconhecimento nacional e internacional. Começa por realizar uma pequena explicação do que o fascinou no mundo do Design, fazendo referência a Buster Keaton, actor que por sua vez o influenciou enquanto designer.
Neste episódio, Fernando Brízio tenta clarear o Design de Autor (a criação de objetos que consigam apelar às emoções e que contenham histórias, não servindo apenas para cumprir apenas uma função a que nos habituámos.
É clara a relação que existe entre as cidade das Caldas da Rainha e Rafael Bordallo Pinheiro, sendo que é realizado um esclarecimento desta, destacando do mesmo trabalhos cerâmicos, como azulejos, acompanhadas de várias imagens onde é possível ver ainda nos dias de hoje em locais como: Tabacaria Mónaco em Lisboa.
O Silva Designers é o estúdio de design de comunicação em foco neste programa, gerido por Jorge Silva, designer gráfico especializado em Design Editorial. Fazem parte deste estúdio a coleção de livros de José Saramago pela Porto Editora, a campanha de comunicação para o concurso de Sardinhas das Festas de Lisboa, entre outros.
Para terminar, é apresentada através de imagens, um resumo do editorial e do design gráfico português do final do século XIX ao século XX.
March 24, 2016
Episódio 3 - Vitor Palla
Este terceiro episódio surpreendeu-me pela positiva. Inicia com um destaque ao arquiteto, fotógrafo, pintos, designer, editor, ceramista e tradutor, Victor Palla.
A diretora do MUDE, Bárbara Coutinho, destaca o designer como alguém com capacidade de trabalhar diferentes matérias e nos mais variados suportes.
Nos anos 50, Vitor Palla, juntamente com Bento D’Almeida, introduzem um novo conceito em Portugal, os snack-bar, dos quais o «Galeto» em Lisboa e o «Cunha» no Porto.
De seguida, o programa apresenta-nos, um dos designers portugueses de quem gosto muito e do qual estou a realizar um trabalho/pesquisa para esta mesma disciplina. Marco Sousa Santos tem uma solida reputação a nível nacional e internacional. Neste episódio a Shell Chair é destacada, sendo esta a peça que mais visibilidade ganhou na colecção completa da Branca-Lisboa, marca do qual é criador. Esta é uma cadeira louge de madeira com braços, montada à mão por artesãos e carpinteiros portugueses, reunindo tecnologias modernas e técnicas tradicionais portuguesas.
Não menos interessante, é-nos apresentada a Cadeira Portuguesa pelo Nuno Ladeiro, licenciado em arquitetura, fazendo referência ao seu aparecimento e ainda uma alusão à Bauhaus, falando das várias alterações que a mesma foi sofrendo ao longo dos anos.
Para terminar, o designer João Paulo Feliciano refere a responsabilidade que teve ao assumir a direção artística do «NOS Primavera Sound», em 2012 e ainda a experiência do espetáculo «Acqua Matrix» na Expo’98.
March 17, 2016
Episódio 2 - Álvaro Siza Vieira
Surpreendentemente, este segundo episódio de Design PT transmitido na RTP2 não me cativou quanto esperaria.
A entrevista ao Arquiteto Álvaro Siza Vieira, “o mais reconhecido arquiteto português” ficou um bocadinho à quem do esperado. A amostra de trabalhos do mesmo foi bastante escassa sendo a sua relação com o design por vezes não muito sensata.
Achei bastante interessante a intervenção sobre a Olga Noronha, no sentido de dar a conhecer formas criativas de transformar prótereses e colares cervicais em peças de joalharia medicamente prescritas, bem como do designer João Machado, como uma referência incontornável do design de comunicação em Portugal e ainda de nomes como Catarina Sobral (ilustração-literatura infantil) e ainda para o director da "Revista Almanaque", José Cardoso Pires
A meu ver, tal como no episódio anterior, penso que é bastante interessante a abordagem dos mais variados temas, bem como as entrevistas que o programa oferece com os diversos nomes do design português, sendo para isso é necessário estabelecer uma maior ligação e relação entre eles e não individualizados como geralmente acontece.
March 10, 2016
Episódio 1 - MUDE - Museu do Design e da Moda
Fui «convidada» através da cadeira de Seminário, a criticar o programa Design PT transmitido na RTP2, todas as quintas pelas 23:05.
Apesar do seu conteúdo bastante interessante, muito bem fundamentado por parte de todos os intervenientes, com inúmeras informações ligadas ao MUDE – Museu do Design e da Moda -, bem como a entrevista feita à diretora do mesmo, Bárbara Coutinho e também a reportagem sobre o projeto «Art On Chairs» (Paredes, 2014/2015), deparei-me com um design em termos de apresentação do programa, bem como das referências aos produtos apresentados e ainda as «passagens» de tema, bastante fracas e pouco apelativas. O propósito do programa e as cores/fontes utilizadas, a meu ver, não têm qualquer tipo de conexão.
Um dos temas abordados ao longo do programa foi a ligação e combinação entre objetos diferentes de designers diferentes (ex: Jogo Xadrez – Carlos Galamba com a Cadeira Osaka’70 – Sena da Silva), penso que um bom ponto de partida, sendo interessante e coerente, utilizá-lo no desenrolar gráfico da apresentação do mesmo.
Quanto aos conteúdos apresentados ao longo do programa é de felicitar a variedade de informação partilhada, como meio para complementar conteúdos bem como os temas propostos, desde a Topázio, o Hotel Ritz, o White Studio e ainda um excerto de «Mon Oncle» de Jacques Tati (1958).